07 julho 2006

Beleza vegetariana

Por motivos de saúde? Por respeito aos animais? Porque pega bem?
Por que a vida sem carne atrai cada vez mais pessoas?


Há 20 anos, quem fizesse isso estaria condenado a ser a piada oficial da mesa ("Quantos vegetarianos são necessários para trocar uma lâmpada? Dois: um para rosqueá-la, outro para ver se ela não tem nenhum ingrediente de origem animal"). Hoje, porém, é comum que os amigos se ofereçam para dividir o prato. No Brasil, 28% das pessoas "têm procurado comer menos carne", segundo uma pesquisa sobre hábitos alimentares feita pelo grupo Ipsos. É o segundo maior índice mundial, próximo ao canadense e maior que o britânico. Fica atrás apenas do registrado nos Estados Unidos, onde os hambúrgueres são uma das maiores fontes de doenças cardiovasculares e sentimento de culpa.

No mundo todo, a quantidade de vegetarianos famosos só faz crescer. Entre os estrangeiros, estão estrelas do cinema como Natalie Portman e Brad Pitt, músicos como Paul McCartney, Bob Dylan, Michael Jackson ou Moby e empresários como Steve Jobs. Por aqui, além de Fernanda Lima, a onda vegetariana já arrebanhou a animadora Xuxa, o modelo Paulo Zulu e o ex-piloto de Fórmula 1 Pedro Paulo Diniz (leia o quadro sobre os vegetarianos famosos). Com defensores como esses, o vegetarianismo virou definitivamente um elemento da cultura pop - sim, comida também é cultura.

Para um em cada quatro adolescentes americanos, ser vegetariano é uma atitude "positiva". Por lá, 2,5% da população se considera vegetariana. Não há pesquisas confiáveis no Brasil. Mas o crescimento também é visível. O site da Sociedade Vegetariana Brasileira tem 3 mil acessos por dia. O Congresso Vegetariano Brasileiro e Latino-Americano, marcado para agosto, aguarda 10 mil participantes.

No Orkut, site de relacionamentos mais freqüentado no Brasil, fazem sucesso comunidades como Eu Queria Ser Vegetariano (1.800 membros) ou Sou quase Vegetariano (406). A palavra de ordem nelas é comer menos carne ou, se possível, não comer carne alguma. Elas tratam os carnívoros como fumantes tentando abandonar o cigarro. Em São Paulo, as baladas dos straight edge - freqüentadas por punks contra drogas, álcool e violência - são conhecidas como Verduradas. Nessas baladas, as guitarras gemem enquanto os convidados consomem chicória, couve-flor e suco de clorofila.

A nova geração possui um sentimento difuso de que comer carne é ruim e de que ser vegetariano é, de alguma forma, ser superior", afirma a antropóloga Gisela Black Taschner, especialista em tendências de consumo da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. O mercado já percebeu isso. A venda de produtos saudáveis cresce 15% ao ano. É o suficiente para atrair até indústrias de derivados de carne, como a Sadia e a Perdigão. "Vegetarianos radicais são um grupo muito pequeno. Mas há um crescimento acentuado do que chamo hábito vegetariano: evitar o excesso de carne, principalmente vermelha", afirma Fernanda Oruê, gerente de marketing da Sadia. Para esse público, os grandes frigoríficos fazem hambúrgueres, quibes, lasanhas e nuggets de soja. Empresas menores produzem leite condensado de soja, creme de leite de soja - útil para estrogonofes à base de carne de soja -, ovos de Páscoa com leite de soja e até mortadela de soja. No rótulo de todos os produtos vêm estampados slogans como "escolha saudável".

Durante séculos vista como o item mais saudável, suculento e valorizado da dieta, a carne parece ter passado do ponto. Por dois motivos. O primeiro - justificativa mais usada por quem se torna vegetariano - é a preocupação com a saúde. Os defensores do vegetarianismo afirmam que não comer carne reduz a mortalidade e a incidência de centenas de doenças. O segundo é a preocupação ética cada vez mais freqüente com a matança de animais.

Fonte:Revista Época

E você, o que pensa sobre essa onda do vegetarianismo chique ? Deixe seu comentário.

2 comentários:

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